quarta-feira, 18 de agosto de 2010

UM GRANDE ENGANO

Debrucei-me soluçante e inconsolável, sobre a sepultura que me guardava os míseros despojos corporais, e contorci-me em apavorantes convulsões de dor e de raiva, atirando-me em crise de furor diabólico, compreendendo que me suicidara, que estava sepultado, mas que, não obstante continuava vivo e sofrendo, mas, muito mais do que sofria antes, superlativamente, monstruosamente mais do que antes do gesto covarde e impensado!



(Depoimento do poeta Camilo Castelo Branco do livro Memórias De Um Suicida de Yvonne do Amaral Pereira)

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